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Open Insurance: o que é e como funciona

O Open Insurance e a inovação aberta têm mais em comum do que você imagina. Por meio do compartilhamento de dados, novos serviços e modelos de negócios podem ser criados. Saiba agora como vai funcionar o sistema que promete revolucionar o setor de seguros!


A Transformação Digital tem promovido mudanças importantes nas empresas. No setor de seguros, o Open Insurance é um dos avanços da digitalização e promete revolucionar, otimizar e descomplicar a maneira de fazer negócios.

Quer entender como funcionam as práticas do Open Insurance e quais os benefícios para as empresas envolvidas? É o que propomos neste artigo. 

Continue lendo para ter uma visão macro do sistema, saber como ele funciona e de que forma vem sendo aplicado no Brasil!

O que é Open Insurance?

Open Insurance refere-se ao conceito de sistema de seguros aberto, um tipo de negócio em que a oferta de serviços, funcionalidades e informações estão acessíveis a outras empresas.

Promovido pelo Banco Central, o Open Insurance faz parte de uma agenda de inovações que começou com a implementação do PIX e evoluiu para o Open Banking (compartilhamento de dados bancários dos usuários entre instituições financeiras).

Na perspectiva técnica, o conceito principal do sistema só é possível graças às APIs abertas inseridas em aplicativos de seguros.

Nesse contexto, o acesso às APIs viabiliza o compartilhamento de dados entre diferentes seguradoras, startups, bancos, Insurtechs e outras organizações.

Você pode se interessar por: Insurtech: o que é e por que prestar atenção nesse movimento?

Quem participa?

Fazem parte do Open Insurance, instituições de previdência, seguradoras e empresas de capitalização autorizadas pela SUSEP. 

Normalmente, todos os players que estão dentro do sistema são obrigados a participar a partir da classificação do Banco Central.

No entanto, em breve, outras instituições poderão se credenciar ao Open Insurance e se beneficiar do compartilhamento de dados.

Com a abertura total, o sistema trará vantagens ao mercado de forma abrangente, inclusive para startups e empresas menores.

Fases do Open Insurance

A implementação do Open Insurance no Brasil está ocorrendo em três grandes fases. Vamos conferir cada uma delas.

Fase 1

Ocorreu de 15 de dezembro de 2021 até 30 de junho de 2022. Está finalizada e foi considerada uma etapa de menor complexidade em relação às outras. 

Nesta fase, aconteceu o compartilhamento de dados públicos sobre atendimento, produtos de seguros, previdência complementar e capitalização para comercialização.

Fase 2

Apesar do atraso, a fase 2 está em andamento. Ela começou em 1º de março com previsão de finalização em 15 de junho de 2023.

Aqui, ocorre o compartilhamento de dados pessoais dos clientes. Por isso, esta etapa tem sido desafiadora devido a necessidade de padronizar um alto volume de dados.

Fase 3

Com previsão de início em setembro de 2023, nesta fase é quando serão efetivados os serviços do Open Insurance.

Embora a implementação do seguro aberto esteja em curso, segundo especialistas, vai demorar para o consumidor ter acessos aos produtos e serviços relacionados ao sistema.

E o motivo da espera fica por conta do desafio tecnológico de integrar o Open Insurance ao Open Banking. A cooperação entre o sistema aberto bancário e o de seguros colocará em prática o Open Finance.

Com isso, estima-se que o resultado da convergência comece a ser percebido a partir de 2024.

Leia também: Do Open Banking ao Open Finance: o que é e quais impactos no mercado.

Vantagens do Open Insurance

As APIs são consideradas a chave para o processo de Transformação Digital nos bancos e em seguradoras. 

Então, a principal vantagem que essa inovação traz é permitir que a disrupção chegue às empresas de seguros. 

Conservador, sujeito a fraudes e extremamente regulado, este é, sem dúvida, um dos mercados em que as práticas de inovação aberta mais surpreendem.

Confira quais são os principais benefícios desse sistema:

  • Promove maior abertura do mercado;
  • Possibilita maior agilidade nos processos;
  • Otimiza as operações;
  • Facilita a digitalização do mercado;
  • Impulsiona a personalização de produtos;
  • Auxilia o acesso aos serviços de seguro;
  • Cria novas possibilidades de parcerias.

Como o Open Insurance funciona?

No coração do funcionamento do Open Finance estão as Interfaces de Programação de Aplicação (APIs), como já falamos anteriormente.

Basicamente, as APIs consistem em um conjunto de protocolos e definições já prontas que agilizam a criação e a integração com diferentes softwares.

Dessa forma, ela permite a conexão entre sistemas de empresas diferentes, promovendo a realização de transações de forma automatizada e segura.

Por exemplo, a API possibilita aos correntistas acessar suas informações bancárias através de apps de outras empresas, e não somente do próprio banco.

Ou seja, são as APIs que viabilizam o funcionamento do sistema aberto. Além disso, o serviço poderá ser integrado ao Open Banking (hoje chamado de Open Finance).

Assim, dados bancários, comerciais, empresariais, de pessoas físicas ou jurídicas também poderão ser compartilhados e integrados ao Open Insurance.

Qual a relação entre Open Insurance e Open Innovation?

Extremamente regulado, o mercado segurador ainda esbarra em burocracias que não beneficiam o consumidor. 

Ainda hoje, com a tecnologia mais acessível, informações relacionadas à apólices de seguros pessoais ou comerciais não são facilmente acessíveis ou compartilháveis.

Mas esse é o tipo de prática que, certamente, está em transformação. Logo, podemos dizer que Open Insurance está intimamente ligado ao conceito de Open Innovation.

Open Innovation ou Inovação Aberta é o processo de inovação em torno do livre trânsito de ideias para além das fronteiras corporativas, a partir de parcerias com outras organizações.

Quando a inovação aberta é adotada, os limites das empresas tornam-se permeáveis. No mercado financeiro e segurador, essas práticas envolvem o uso de tecnologias específicas, que permitem integrar sistemas com segurança.

E são essas inovações tecnológicas que estão permitindo o desenvolvimento das práticas de Open Insurance.

Como a API aberta vai revolucionar os mercados financeiro e segurador?

Como já pontuamos, a API é a tecnologia que proporciona a integração entre diferentes sistemas, permitindo alavancar as práticas de Open Insurance.

Vale lembrar que API é o conjunto de padrões de programação que permite a construção de aplicativos. Sua utilização e integração ocorre de forma sutil, sem que o usuário perceba. 

Ela roda por trás de tudo, ou seja, enquanto o usuário usufrui das funcionalidade, a API pode estar conectada a diversos sistemas e apps, sem prejudicar ou impactar outras funções.

As APIs podem se dividir em abertas ou privadas:

  • Abertas: possuem uso livre ou limitado a um número específico de acessos
  • Privadas: desenvolvidas para uso exclusivo de uma empresa.

O Google Maps pode ser considerado o exemplo mais evidente de API aberta: diferentes páginas pelo mundo fazem uso das suas funcionalidades, adaptando o código original às próprias necessidades.

As APIs também permitem que os desenvolvedores de softwares e aplicativos conectem tecnologias distintas, como diferentes bancos de dados. 

Impactos no mercado de seguros

Em mundo cada vez mais digital, as seguradoras precisam descobrir como gerenciar a enorme quantidade de dados gerada por seus negócios. 

O gerenciamento de dados é uma prioridade estratégica em toda a empresa, não apenas no departamento de TI.

Elas também precisam descobrir como extrair insights valiosos dessa enorme quantidade de dados, que geralmente é armazenada em vários lugares.

APIs ajudam as seguradoras à:

  • Abrir suas fontes de dados; 
  • Coletar dados de várias fontes; 
  • Compartilhar dados com várias fontes;
  • Compartilhem informações em plataformas e ecossistemas digitais.

Ou seja, o aumento das atividades das startups e, consequentemente, dos investimentos pode ser beneficiado pelo compartilhamento de dados referentes aos seguros.

Próximos passos

A redução das barreiras que ainda existem é muito importante para permitir acesso a dados que poderiam levar anos para acumular ou exigir altos custos de produção.

As empresas que não estiverem totalmente abertas, no sentido da implantação de APIs, podem restringir a concorrência, especialmente no caso das pequenas e médias.

Permitir o compartilhamento de dados na Era Open significa criar novos canais de negócios, produtos inovadores, crescer a base de clientes e melhorar a experiência do usuário.

Podemos concluir, portanto, que as seguradoras dispostas a adotar novas soluções, ganharão uma vantagem definitiva no mercado. 

Mas isso só vai acontecer no ritmo ideal se as grandes seguradoras desenvolverem características inovadoras. Você está preparado para oferecer uma ótima experiência, inovar em seus produtos e modelo de distribuição?

E para te ajudar a oferecer serviços cada vez mais assertivos, produzimos o Guia Prático: ferramentas e abordagens para melhorar a experiência do segurado. Acesse o material e saia na frente!

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